Hábitos saudáveis ajudam a prevenir o câncer
Urologista fala sobre a importância do homem conhecer seu próprio corpo
Jeferson Peres
O câncer de próstata, entre outras doenças masculinas, é um dos males que mais afeta os homens no Brasil e no mundo. Se por um lado a questão genética (como casos na família ou uma taxa maior de incidência na raça negra) é muito importante, hábitos saudáveis podem não só melhorar sua qualidade de vida como também ajudam a diminuir as chances de incidência desse tipo de tumor.
“O sedentarismo e o excesso de gorduras facilitam o desenvolvimento do câncer de próstata. Fatores alimentares como dietas mais saudáveis e o controle do colesterol e do acúmulo de gordura abdominal ajudam a reduzir as chances de aparecimento da doença”, afirma o urologista Flávio Trigo, porta-voz da campanha ‘Novembro Azul’ da SBU – Sociedade Brasileira de Urologia.
Para o médico, que é professor da Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), o tumor de bexiga está intimamente relacionado ao tabagismo. “Pessoas que fumam têm 10 vezes mais chances de desenvolver a doença”, afirma ele. Portanto, conscientizar sobre o tabagismo também é prevenir esse mal.
Com relação ao álcool, apesar do consumo de pequenas quantidades diárias de vinho ter um efeito positivo sobre o coração, segundo o médico, o consumo de bebidas alcoólicas irrita mais a bexiga e, em excesso, também pode aumentar a incidência de problemas urinários.
O doutor também faz um alerta para os tumores de pênis e testículos. “É importante o homem conhecer e tocar sempre seu próprio corpo. Isso pode ajudar a detectar tumores e outro problemas. Manter uma boa higiene e usar sempre preservativos nas relações sexuais (os vírus do grupo HPV também favorecem a aparição do câncer de pênis) ajudam muito na prevenção”, diz Flávio.
“A campanha ‘Novembro Azul’ é um estímulo para que as pessoas tenham um diagnóstico precoce da doença. No caso do câncer de próstata, quando descoberto no início, o índice de cura é de quase 90%”, conclui o especialista.